CRÍTICA | Stranger Things, sem dúvidas a melhor surpresa do ano.


Ai negada, faz tempo que eu não me empolgo de forma tão rápida com uma série como foi com Stranger Things, uma série cheia de mistério, nostalgia e tantas referências que fariam o Capitão América ter um infarto. Se você aí ainda não assistiu, assista depois volte aqui pra terminar de ler. Mas vamos deixar de "leruaite" a partir para o que interessa!


Título: Stranger Things
Criado por: Matt Duffer, Ross Duffer (2016)
Produção: Netflix
Com: Winona Ryder, David Harbour, Millie Brown
País: EUA
Gênero: Drama, Fantasia, Suspense
Ano: 2016



A TRAMA: A história de Stranger Things se passa em 1983 na pequena cidade de Montauk, Long Island. A série começa com quatro garotos, Mike (Finn Wolfhard), Lucas (Caleb McLaughlin), Dustin (Gaten Matarazzo) e Will Buyers (Noah Schnapp), jogando Dangeons & Dragons no porão da casa de Mike até que chega a hora de cada um ir para a sua casa. Will segue de bicicleta por uma estrada escura até que ele avista uma criatura humanoide no meio da pista e para se desviar ele acaba caindo fora da pista e tendo que correr até sua casa. O que ele não esperava é que a criatura fosse atrás dele até sua casa, onde estranhamente o garoto some sem vestígios.

Criada pelos irmãos irmãos Matt e Ross Duffer (Wayward Pines), Stranger Things tem uma aura de mistério com toques de terror bem no estilo dos filmes dos anos 80, como se estivesse sendo filmada nos anos 80 nos trazendo aquela sensação de estar assistindo aos clássicos da Sessão da Tarde que marcaram nossa infância e pré-adolescência. Assistindo você percebe diversas referências que como eu citei no início, "fariam o Capitão América ter um infarto". Referências como ET: O Extraterrestre, Os Goonies, Contatos Imediatos de Terceiro Grau, Porkys estão diversos outros, estão em toda parte. Isso tudo sem falar na trilha sonora eletrônica de sintetizador e às vezes com uma distorção como se estivéssemos assistindo uma fita VHS. A fotografia apresenta um efeito granulada e melancólico que quem viveu essa época, sem internet, sem TV de tela plana e imagem em HD, vai sentir saudades.

A narrativa da série é algo bem convencional que por muitos pode até ser considerada como "Clichês", mas eu não vejo dessa forma, até porque é tudo proposital como uma homenagem aos filme oitentistas, utilizada sempre no momento certo de form inteligente com ótimas reviravoltas nos deixando presos e imersos na trama.

O desenrolar da  série parte de um grande mover de toda a cidade na busca por Will, após Joyce (Winona Ryder) e seu irmão Jonathan (Charlie Heaton) chegarem em casa e não encontrarem o garoto. A busca por Will é dividia em núcleos que nos posiciona dentro da trama. Vou citar apenas os personagens mais importantes nessa primeira temporada:

NÚCLEO ADULTO: Com a mãe de Will, Joyce (Winona Ryder) que faz um excelente papel de mãe solteira e batalhadora que não mede esforços para encontrar o filho, lembrando muito a minha mãe quando eu me perdia quando criança. O policial "invocado" Jim Hopper (David Harbour), esse se garante e "manja dos paranauê".

NÚCLEO ADOLESCENTE: Com irmão de Will Jonathan (Charlie Heaton) e a irmã de Mike, Nancy (Natalia Dyer), que se tornam grandes amigos (com vontade de haver uma amizade roxeda). Os dois juntos descobrem muitos dos mistérios envolvendo o paradeiro de Will e acabam tendo as melhores e mais assustadoras experiências da série.

NÚCLEO INFANTIL: De tudo que a série trás de atrativo, o ponto mais forte sem dúvidas é o núcleo infantil com atores que brilham não só no talento como no carisma. Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo) e Lucas (Caleb McLaughlin) formam o trio de destemidos amigos que tentam desvendar os mistérios do sumiço de Will ao lado do grande destaque da série que é Eleven/Onze (Millie Bobby Brown). Ela é uma garotinha foi criada dentro de um laboratório servindo de cobaia para uma organização secreta. A interpretação de Millie Bobby apresenta uma inocência de uma menina que cresceu com a ausência de afeto e amizade e é ao lado de Mike, Dustin e Lucas que ela conhece o mundo com outros olhos onde "amigos não mentem".

Não tem como assistir essa série e não se identificar com um desses meninos, no meu caso era o próprio Will por causa de todo o lance de sumir sem ninguém saber onde está, algo que vivia acontecendo comigo. 
  • "Quando eu tinha uns sete anos, eu sumi depois da escola. Tinha uma moça que cuidava de mim e ela estudava na mesma escola que eu, só que a noite. Quando eu saí da minha aula, fiquei direto até o horário que ela iria sair, 22:00. O bairro todo estava me procurando e quando eu fui encontrado, parecia uma estrela do Rock, eles me jogavam para o alto e gritavam meu nome. Até chegar em casa e levar uma sola e "dormir com os coro quente"! Rsrsrsrsrs"

VEREDITO
Stranger Things é até o momento a maior e melhor novidade de séries nesse ano de 2016. Uma história que nos leva de volta aos anos 80, com um roteiro impecável que deixa margens para nossa interpretação e envolvimento, com suspense, mistério, ficção e muitas referências mostrando para a nova geração, o porque amamos tanto essa época.


Stranger Things




O Kryptoniano que caiu com gosto de gás no Ceará. Cinéfilo, crítico, desenhista, designer gráfico, professor de Cearensês e Mestre Jedi na arte de fazer piada ruim.

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