ARTIST´S ALLEY | Conheça a arte de Rod Mendez


Galera, durante o Geek a Rigor XP 2019, conheci uma galera massa no Artit´s Alley de lá, e uma dessas pessoas foi Rod Mendez. Conversando sobre nosso projeto, o Rod topou em nos contar um pouco de sua história e mostrar seu trabalho. Confira:

  1. Como comecei? 
Gosto de responder essa pergunta, citando uma frase: “Todos começam a desenhar desde crianças. A diferença é que uns param e outros continuam”. Acredito que desde que sou criança e adolescente eu tive o desenho como meta, mesmo sem imaginar aonde eu chegaria com isso.
De início acredito que tenha sido mais como terapia e passatempo ao me deslumbrar com personagens de jogos de luta como Mortal Kombat e Street Fighter e mais tarde com quadrinhos americanos e mangás. Quando descobri que era possível se profissionalizar em tal área, meu primeiro impulso foi o de querer ser um quadrinista, mais especificamente de quadrinhos japoneses.
Um pouco depois descobri o RPG e as ilustrações derivadas dos suplementos, sendo então uma forte influência no que seria mais tarde o meu foco de ilustrações. Com o tempo, fui descobrindo outros artistas e fóruns específicos de ilustração e concept, como o Conceptart.org.
Apesar disso, e eu gosto de citar tal momento a meus alunos, eu cometi alguns erros graves: Em vez de aprender com a comunidade e focar no básico, eu passei a desenhar sem foco definido. Por vários anos fique a “dar murro em ponta de faca”, enquanto via outros artistas crescendo e se tornando referência.
Finalmente, depois de muita frustração e quase desistência, resolvi dar alguns passos para trás e reconstruir a minha base. Tive a oportunidade de conhecer e fazer parte da equipe do Estúdio Daniel Brandão, onde pude encontrar um lugar para poder praticar e receber feedback o que foi fundamental para a minha carreira.
Em 2015, fui aos Estados Unidos estudar na Concept Design Academy, onde fiz alguns cursos focados nas áreas de Ilustração e Concept Art, podendo acelerar o meu aprendizado. A partir desse ponto, pude evoluir da forma como queria.
Nesse meio tempo, ao divulgar meus trabalhos nas redes sociais, pessoas começaram a me contatar pedindo desde trabalhos menores como commissions privadas, até trabalhos maiores como empresas de card games. Foi quando comecer a ensinar também.
Finalmente, em 2017, juntei dinheiro para poder passar um ano no Canadá, estudando concept art na Vancouver FIlm School. Foi um ano inteiro praticamente focado em desenho e aprimoramento.
Hoje, divido meu trabalho em produção para o mercado do entretenimento e ensino. 

  1. Estilo e Processo de Criação 
Em relação a tema, meu trabalho é muito focado no chamado Fantasy Art ou Arte Fantástica. Atualmente trabalho para uma empresa americana de Card Games e venho trabalhando em portfólio para ampliar os clientes. De início venho trabalhando em uma linha mais semi-realista. Porém, eu sou bem eclético nessa questão de preferência por estilo. Gosto de quase tudo e pretendo ampliar para mercados mais cartum também. Acredito que uma das práticas mais importantes para a evolução de um artista é a de se auto desafiar e sair de sua zona de conforto.
Já na questão do processo de criação, eu dou um grande enfoque na pesquisa. Quando recebo o briefing de um cliente ou até mesmo para um trabalho pessoal, meu primeiro passo é estudar sobre o tema e levantar uma referência visual do tema a ser tratado e de outras imagens que possam ser inspiradoras. O mais importante aqui é não se ater apenas à pesquisa literal, como por exemplo, a vestimenta de um personagem. As vezes detalhe de uma roupa de um desfile de moda, pode lhe dar ideias originais, ou até mesmo imagens completamente não relacionadas e até absurdas, como por exemplo, a textura da carapaça de um besouro.
Feita a pesquisa, começo a esboçar ideias ou, no caso das ilustrações, layouts simples, mas já procurando uma composição que seja dinâmica e que funcione. O ideal é não correr prontamente para a primeira ideia que você tiver. Muitas vezes essa será a ideia mais banal que você terá. Procure espremer um pouco mais as ideias de modo que talvez você encontrará algo que não havia pensado antes.
O passo seguinte é escolher aquelas ideias que são mais interessantes e definir um pouco mais cada uma delas. É nesse ponto que envio ao cliente para que ele possa escolher a que mais o agrada.
Depois faço um estudo de cores bem básico e, após aprovação, parto para o detalhamento e polimento da imagem.
Em relação ao processo técnico de pintura, ele pode variar: Às vezes começo com tons de cinza e aplico modos de camada no Photoshop para cores base e vou definindo à medida que a ilustração for sendo polida. Porém, em outros casos, inicio já a partir das cores, tendo como base um desenho simples como guia em camadas acima. Ao fim, no polimento, gosto de um estilo mais “pintura”. Ou em outras palavras, mesmo sendo digital, uma pintura que remeta a algo mais tradicional. 

  1. O que a Arte significa para mim 
Sem a menor sombra de dúvida posso dizer que a arte é o meu ganha-pão, mas também o meu Hobby e a minha terapia. Quando não trabalho para clientes, trabalho para mim mesmo seja em projetos pessoais, seja estudando. Ocorre comigo a piada interna que ilustradores gostam de dizer: Desenhar as vezes pode ser estressante, mas, para aliviar esse estresse, o fazemos... desenhando.
De um modo mais abrangente, gosto de pensar que a arte tem um papel importante na vida pessoas, seja em trabalhos mais reflexivos, seja em trabalhos de puro “escapismo”, como visto durante o curso da História. Isso dá margem a uma enorme responsabilidade, mas também o desafio de saber que estamos apenas dando continuidade a algo que se iniciou desde que o ser humano passou se comunicar através de imagens.

Confira algumas das artes de Rod Mendez:

ROD MENDEZ

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    Cearense com gosto de gás! CEO do Callango Nerd, cinéfilo, crítico, redator, desenhista, designer gráfico, professor de Cearensês e Mestre Jedi na arte de fazer piada ruim.


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