THOR RAGNAROK | Vale ou não a pena assistir? Leia nossa crítica
Título original: Thor Ragnarokl
Data de lançamento 26 de outubro de 2017 (2h 11min)
Direção: Taika Waititi
Elenco: Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Cate Blanchett mais
Gêneros Ação, Fantasia, Aventura, Ficção científica
Nacionalidade EUA
Distribuidor DISNEY / BUENA VISTA
O primeiro filme solo do Thor foi lançado em 2011. Mesmo sendo um filme menor em comparação aos outros filmes de origem da Marvel, foi um filme interessante com uma pegada de humor, romance, ação bem dosada, um lance bem shakespeariano que trabalhava bem a relação familiar. Nada tão grandioso, mas que serviu bem como prelúdio de Vingadores. Dois anos depois veio Thor: O Mundo Sombrio que mesmo com uma produção maior e efeitos melhores, acabou tendo um roteiro mais fraco que "caldo de bila". Trama genérica e um vilão "peba" que ninguém nem lembra.
Depois de quatro anos finalmente veio o terceiro filme, agora nas mãos de Taika Waititi. Anteriormente Thor não tinha aquela personalidade bem definida como os outros membros dos Vingadores (Menos no Kuma Cômico, ali ele é o famoso "Torador de Xibiu". "Macho, num tem eu né?"), mas dessa vez ele foi explorado como devia, o Thor "porradeiro". As cenas de ação são simplesmente incríveis e competentes. Grande parte delas acontece de dia, nos dando maior visibilidade de cada detalhe. Vemos na telona pela primeira vez o Thor sendo realmente o que ele deveria ser desde o princípio, o poderoso deus do trovão, e não aquele fracote que apanhava do Hulk.
Thor Ragnarok é um filme que segue bem a linha de humor de Guardiões da Galáxia, se tornando quase um filme de comédia. Por um lado é bom pois trás leveza e maior interação entre os personagens, mas existem momentos que é bem exagerado e até incomodo com cenas de diálogos que servem apenas para levantar uma piada. Aí não dá, né? Soa como aquela mesma piada que é contada dez vezes sendo que já tinha perdido a graça na segunda vez. O tom bem humorado também desfavorece quando existem cenas onde precisariam de mais seriedade, um toque dramático ou uma carga emocional, e isso acaba ficando tão leve que faz com que determinados acontecimentos que deveriam ter uma importância para o protagonista, acabam ficando banais e sem o devido tratamento. Quase um "tanto fez como tanto faz".
O filme conta com uma excelente e inusitada participação de Benedict Cumberbatch como o Doutor Estranho, em uma espécie de continuação do que aparece na cena pós-crédito de seu filme solo. Vemos aí o quanto ele está poderoso em comparação ao seu filme lançado o ano passado, e também serve para fazer uma ligação aos outros filmes.
Cate Blanchett está simplesmente incrível como a vilã Hela. A atriz tem uma incontestável imponência em cena, sendo ameaçadora desde o início. Sua trama é bastante interessante e tem muito pano pra manga, mas infelizmente é pouco explorada. Tando Hela como Hulk são os principais destaques do filme. Pela primeira vez no Universo Marvel podemos ver o personagem sendo bem aproveitado, não sendo apenas uma máquina de destruição. A junção da trama do Gigante Esmeralda com a do Thor era algo que me preocupava, mas tudo foi muito bem elaborado resultando em algo bem orgânico.
Chris Hemsworth e Tom Hiddleston continuam funcionando muito bem juntos. Loki continua sendo um ótimo personagem que age de acordo com o que lhe convém. Sempre se deve ficar de olho aberto com ele. Além dos dois filhos de Odin e do Hulk, conhecemos Valkyria, interpretada por Tessa Thompson. Linda, forte e letal, Tessa é bastante carismática e isso faz com que sua personagem chame mais atenção do que imaginei que seria. Outro que chama bastante atenção é Jeff Goldblum faz uma excelente participação como o Grão Mestre. Excêntrico, colorido, ameaçador e divertido ao mesmo tempo.
Outro ponto interessante aconteceu quando o filme ainda estava em produção quando mudaram a logo sombria por uma oitentista. Essa mudança trouxe um toque exatamente oitentista em sua estética e sua trilha sonora lembrando muito Tron, só que com uma psicodelia mais avançada. Mas nada empolga tanto quanto à clássica música do Led Zeppelin, que estou ouvindo nesse exato momento enquanto escrevo. Seu uso é bem eficiente nas cenas de ação que me lembraram até a de Mulher-Maravilha.
Os efeitos visuais me incomodaram bastante em algumas cenas do Hulk, e alguns planos de fundo que ficaram visivelmente genéricos. Principalmente em certas cenas que diferem dos trailers.
Respondendo a pergunta título do post, sim, vale a pena. Gostei, mas poderia ter amado. No começo me incomodei com alguns exageros quanto ao alívio cômico, mas acabei chutando o pau da barraca me deixei levar, aproveitando melhor. Não é bom assistir esse filme levando a serio de mais. É um filme bem melhor que Guardiões da Galáxia 2 e mais importante para o contexto e a proposta do universo compartilhado. É um filme divertido, mas se tivesse mais cenas de ação e uma seriedade maior onde precisava teria sido incrível.
- TRAILER
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